sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Arrependimento

Não me arrependo de ir nem de deixar de ir nem de ir indo assim, devagar. Não te culpo por ficar nem por deixares de ficar nem por ires ficando assim, de mansinho, de vagar. Não me arrependo de voltar nem de voltar a ir nem de ficar, querendo ir nem de ir, querendo voltar nem de não olhar pra trás nem de pra trás jamais deixar de olhar. Não me arrependo de não me arrepender do arrependimento que não tive nem vou ter inda que eu ande pra trás inda que, andando, não olhe inda que, olhando, não volte inda que, voltando, não queira ficar. Não me arrependo de falar o que eu não disse ou de dizer o que não podes porque a língua-coragem é na minha boca que mora e o peito forte é no meu pulso que bate. Não me arrependo de ser eu nem de ter sido nós muito menos de voltar a ser eu porque é em mim que se enraiza a tortura do que foge ao arrependimento... 28.08.2009 -23h

2 comentários:

Ricardo Kersting disse...

Eu não tenho domínio sobre o arrependimento. Geralmente ele não acontece sozinho. Vem precedido de outros sentimentos mais torturantes que são decepção e fustração. Diria que em mim o arrependimento é uma sequela destes dois, portanto incontrolável. Gostaria imensamente de ter certeza que não me arrependi, mas isso nunca aconteceu, pois se não me arrependi é porque tudo deu certo.
Penso que não é nenhuma vantagem ter o poder de não me arrempender. Dessa forma dificilmente eu teria chance de consertar uma burrada. E isso eu cometo como ninguém..
Beijos..

Ricardo Kersting disse...

Esqueci um "r" em frustração. Viste só? Já me arrependi de não ter conferido..