Sem inspiração, perambulo pelos cantos
dos círculos abertos por meus punhos.
São pontos de pastagens que eu não vi
ou intervalos de linhas nas agulhas dos olhos
que eu não pressenti. Não sei...
Calculo o tempo gasto na procura
do que eu jamais soube se existia
talvez o fato nem seja esse
ou seja só mais uma partida. Não sei...
Imponho uma opinião da qual nem tenho certeza
e assino voluntariamente a minha saída
de tudo o que desconheço
de tudo o que até então esperei.
Sem explicação alguma
fico à deriva
presa fácil de abutres
e outros quês nem tão hostis.
Retiro as declarações desnecessárias
e as conclusões precipitadas
que os sinais me levaram a ter.
Mentirosa fumaça.
Disfarçada promessa
que sempre soube não existir.
Amarro os sapatos.
Penduro os grãos de trigo.
Vasculho meus porões.
Removo quaisquer insignificantes sobras
do que ainda poderia haver.
Lavo a alma.
Repito o mantra sagrado.
Acordo.
Não aceito mais sonhar.
Vou viver.
12.01.2010 - 2h46min
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