guardanapo vermelho macio
desperdício ilusório
canção de galo arredio.
Desfiei o valor do salário
na vírgula cansada
no tremor do arrepio.
Não ousei dizer o contrário
nem amparei a nuvem cinza
sobre a frase errante
de doentes bordas virís.
Pisei fundo e vilipendiei
os deuses
os astronautas
os inventores de leis.
Construí o meu mundo
e nele me instalei.
Pago meus erros
meus pecados
meus defeitos
todos
sem cuidado
ou alívio
ou saber.
Meu mundo
tem quatro carvalhos
e uma janela
vazia de imensidão.
Escrava falsa
aceito o fado.
Danço na última cratera da lua
no último anel de Saturno
na última estrela que brilhar.
Escrava falsa
'proibido se queixar'...
25.01.2010 - 15h58min
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