um outro tanto de ilusão
e as brumas vão desenhando
palavras de boa impressão.
Um tanto de loucura
outro tanto de razão
no sangue misturam tortura
nos lábios inventam paixão.
A capa de chuva na esteira
estreita os ossos da face
força o peito na retirada
rotula o leito de morte.
Encantos são linhas débeis
cruzadas nos dedos do dia
amores são ventres estéreis
curvados nos olhos da cria.
E o que dizer da errante e linda
caminhada da poesia?
Nada.
Sobre ela, silencia.
Deixa que se transmute em soluço,
em canção, em dobra de papel,
talvez até em gota de lágrima,
ou talvez um pingo d'ouro
valorando o infinito.
22.02.2010 - 22h32min
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