E a vida
(essa louca vida breve
na boca de Cazuza)
amanhece todo dia
atrelada aos raios de um sol teimoso
que rasga as nuvens pesadas
e insiste em dar à luz
um tantinho de calor.
E a vida
(essa mesma vida
sempre igual de Cazuza)
surpreende toda hora
com uma ponta desigual
com um tanto de mudança
visível apenas e tão somente
para quem tiver olhos de ver.
E a vida
(essa mesma vida escrita
na letra de Lobão)
nasce no despertar
dessa minha compreensão
de que a minha e a tua
são duas
e não há como unificar.
Vida intensa no céu da minha boca
na contrapartida da mão espalmada
sobre a parte escura da lua.
É noite
vida espremida
premeditada largura.
Um fio de fogo a salvo...
... da correnteza viva?
14.05.2010 - 4h37min
(Insone rabisco...)
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