Orinoco, deixa-me em tuas margens
daquela hora sem hora:
deixa-me como outrora partir despido
em tuas trevas batismais.
Orinoco de água escarlate,
deixa-me mergulhar as mãos que retornam
a tua maternidade, a teu transcurso,
rio de raças, pátria de raízes,
teu largo rumor, tua lâmina selvagem
vem de onde eu venho, das pobres
e altivas soledades, dum segredo
como um sangue, de uma silenciosa
mãe de argila.
(Pablo Neruda)
27.06.2010 - alta madrugada e dois ebooks de Neruda, abertos, diante de mim...
'(...) Talvez não vivi em mim mesmo, talvez vivi a vida dos outros.
Do que deixei escrito nestas páginas se desprenderão sempre - como nos arvoredos de outono e como no tempo das vinhas – as folhas amarelas que vão morrer e as uvas que reviverão no vinho sagrado.
Minha vida é uma vida feita de todas as vidas: as vidas do poeta'. Pablo Neruda
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