quarta-feira, 30 de junho de 2010

Suspiro

Quisera poder escolher estradas
desbravar terrenos
saber-me suficiente e farta.
Quisera ter outros conhecimentos
e saber deveras
o que deveras sente
aquele que conhece os caminhos.
Eu não sei o que faço.
Não sei se ando.
Não sei se paro.
Não sei se esqueço o lenço
ou se amarro o bode no pau de sebo.
Não sei se cedo
ou se insisto no contrário.
Quisera não ter chegado tão tarde
na hora exata em que os sóis
de todos os mundos existentes
desaparecem
na linha de um mesmo horizonte inglório.
Quisera outras margens
talvez outras respostas
ou, quem sabe, perguntas diferentes.
As minhas dores todas
carrego sozinha.
Acostumada ao peso delas
não me queixo. Choro.
Tranço o sal das lágrimas
e dele faço poesia.
Nenhuma outra alternativa
de sobrevivência.










30.06.2010 - 02h02min

Um comentário:

Marcello disse...

Nem sempre somos nós que escolhemos. Às vezes, os acontecimentos é que nos escolhem, as perguntas nos escolhem, as respostas nos escolhem. Importante é que tenhamos, nesses momentos, quem nos acolha.
Estou aqui.




Beijos


Cello