terça-feira, 19 de outubro de 2010

Anda pela sombra, essa minha insignificância II

Recolho-me à minha insignificância.
Desfigurado significante de olhos vazios
no absurdo de uma página quadrada.
As respostas ficam pra amanhã.

Vou pela sombra.
Pela sombra,
meus medos.
Pela sombra,
os roncos dos viciados em letras.
Pela sombra,
meus pecados.
Quantidades inúteis de vozes
caladas, antes dos ecos
responsórios de ansiedades
que não veem.
Silencio os dedos e as veias.
Roo um voo rasante.
Enterro os cílios.
Minto.
Morro.
Pra ressuscitar
amanhã
e depois
e depois
e depois
indefinidamente
borboleta opaca
atraída pela luz do sol
té que o calor derreta as asas.
Ícaro de cera sonhada
no equilíbrio entre a queda
e a mais pura perfeição.





19.10.10 - 02h46min

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