Esse início de noite pintou-se de poesia 
co'a chuva. 
Céu amarelado de um lado 
roxo d'outro 
como se possível fosse um bêbado 
no firmamento. 
Ah não! 
Esse bêbado não traja luto. 
Nada traz nos andrajos 
que desfila aos saltos 
entre uma e outra nuvem esfarelada 
que pinga. 
Mardita pinga 
braba 
marcada de fuligem 
da nuvem esguia 
que tenta disfarçar 
o cambaleio devasso 
nos céus do meu dia. 
Melhor dizendo 
do fim deste meu dia. 
Trocando as pernas 
e os passos trôpegos 
carentes de firmeza 
e perspectivas brancas. 
  
Escreve. 
Mardito pingo de caneta 
embriagada letra travestida de "erre" 
onde o "ele" já não vinga. 
"Ele" ou ele? 
Bebe, pr'esquecer a esquina. 
A quina da mesa 
na perna recolhida. 
Pena no ar. 
Ele. 
  
  
  
  
06.01.11 - 23h07min
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