Busco nas sombras da noite
na luz da tela vazia
a réstia de sono
que eu não tinha
té as horas escorrerem
goela abaixo
da gola da lua
e se perderem
n'algum ponto obscuro.
Minha função é alimentar
os fios de velas
do que se pretende real
mas que pinga no papel
desenhado de sonho
- espetáculo banal -.
Nutro a essência da poesia
na insana despedida
de quem não ousa apresentar
qualquer argumento que valha
um terço da sentença finita
que eu pedi pra demonstrar.
Acompanho o tilintar dos trincos
na passagem de todos os segundos
recolhem-se os mundos
os gênios despedem as lâmpadas
e eu
busco nas sombras da noite
na luz da tela vazia
um despertar que me invente
um jeito de ser diferente
o milagre de apagar-me o dia...
15.01.11 - 05h06min
Quase manhã...
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