quinta-feira, 14 de julho de 2011

Jamais

Nunca
é um tempo de por enquanto
que se arrasta ao longe
das gotas lânguidas
do escorrido relógio
de Dali. Daqui
nada se vê
além de agora
e o que não penso
é quase estrada trilhada.
O Nunca afirmado
pode ser Sim ou Não
depende da distância
entre o Sempre e o
tiquetaquear da vontade
prevista ou In.
Nunca é um tempo de por enquanto
enquanto durar a hora
arrastada de cascalhos
e repentes chuviscos
rebentos de listras azuis
nas calhas encarceradas
que pingam esperas
e corredores vazios.
Por enquanto
inda insta o orvalho
que não mais se esvai
nas frases do tempo
escoado dos quintais
da vida de dentro de mim.
Por enquanto
o Nunca aguarda
a calçada despretenciosamente
limpa
ventanear outonos
de folhas amassadas
e desistentes esperanças
tidas.
Nunca
é agora
por enquanto.


14.07.2011 - 01h04min

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