domingo, 30 de março de 2008
Mea culpa, mea máxima culpa!
Culpada, ofereço meu pescoço à forca
meu corpo ao apedrejamento
minha alma aos tormentos do inferno.
Culpada, pergunto as razões sem respostas
as sombrias fendas abertas no silêncio
que cresceu insolente entre as paredes
de um deserto de promessas improváveis.
Culpada, espero o inevitável castigo terrível
de carregar na minha história a lembrança
do momento exato em que sucumbi.
Culpada, bato no peito e ardo as entranhas
na busca da palavra ainda não inventada
pra substituir aquela que me provoca arrepios
e que irremediavelmente deverá ser pronunciada
por esses meus lábios trêmulos de culpa.
Culpada do maior de todos os pecados...
e não me arrependo...
30.03.2008 - 01h14min
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