domingo, 30 de março de 2008

Partida

Alcei vôo sobre um MAR de possibilidades uma imensidão de flores e espinhos misturados a sorrisos e lágrimas e ausências e presenças repentinas. Fui embora sem avisar nem olhar as nuvens ou o frescor dos ventos que vieram do Norte. Fui embora e não deixei rastros nem restos de vestes nos espinhos que insistiram em rasgar-me a pele. As canções que embalaram os momentos marcaram a volta das ondas quentes que empurram meu corpo contra a areia e lambem os passos marcados no chão. Apagam o que se foi e não salvam nada. Nada fica pra trás quando amanhece. Nenhuma mancha resiste a um beijo doce. Nenhum beijo é suficiente pra fazer esquecer que nem tudo foi pintado de azul. Recuso a aterrissagem nessa terra devastada. Aguardo o momento propício pra fechar as asas. E voltar a andar com minhas próprias pernas; nadar nesse mesmo MAR de possibilidades que não evaporaram entre os suspiros de dor dos últimos dias, dos últimos laços, das últimas culpas. Há flores na praia. Vou pra lá... 30.03.2008 - 17h26min (Encontrei uma concha, na beira da praia; dentro dela, as canções que embalaram uma alegria há muito esquecida... O MAR...)

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