sábado, 5 de abril de 2008

Graham Bell


Depois do acidente, o orelhão,

a meio caminho de espatifar-se no chão,

sugere um pensamento:

Que comunicação é essa, que estilhaça

os vidros e não desvia das linhas

cruzadas entre a razão e a não-razão?

Que vida é essa, que pouco vale

e vale pouco menos que um cartão

que se gasta na primeira ligação?

Que sonho tão curto,

que se quebra numa esquina,

aos pés de Bell?

Pra que lado fica o céu?






05.04.2008 - 19h13min
(Será que é no lado de dentro?)

2 comentários:

Nathalia disse...

observar um acidente...
é tão estranho, é tão triste.
vidas interrompidas.
e por que razão não resistimos à curiosidade de observar?

tentar captar os últimos instantes? perguntar "como é que é aí, no meio do caminho? nem vida, nem morte... como é que é?
é bom? machuca? é bonito?"
Bell não foi tão longe com suas invenções...

MARTHA THORMAN VON MADERS disse...

Querida amiga, parece que somos amantes do inverno.Sua filha é linda, suas poesias são maravilhosas. Um beijo martha