terça-feira, 8 de abril de 2008

Exílio

...à noitinha,
o crepúsculo pinta de vermelho
um imenso céu azul...
Nas conchas das mãos as lágrimas derramadas pelo absurdo silêncio. O desespero é parte de quê? Do abandono ou da esperança? Na prancheta as últimas palavras tristemente pronunciadas como um toque de amargura pincelado na delícia de viver. E uma saudade do não-tido anestesiando o peito gritando por uma anistia impossível de se conceder! O exílio é o castigo do desobediente que insiste na procura vã de uma atenção ausente ou da presença que não pode ser. Exílio é tortura consentida, dor que brota de noite e te acompanha nas horas do dia, com cheiro de flor quase parida entre as contrações e os tremores e os espasmos que a solidão, essa furada canoa, provoca no peito de quem já não tem no que sonhar, além de um coração vermelho e de um céu azul a pulsar... 08.04.2008 - 01h58min

Um comentário:

Nathalia disse...

penso que quando a dor é muita, o debulhar-se em lágrimas alivia, de alguma forma, como se a água vertida fosse a exoneração da própria dor sentida.