segunda-feira, 21 de abril de 2008
Proteção
É preciso dormir.
Reconhecer que outro dia se foi
e o prato das novidades
permaneceu vazio.
A tinta do cabelo ruivo
escorrendo pelo corpo
debaixo do chuveiro quente
o cheiro do shampoo suave
e as extremidades dos membros
cheias de espuma macia vermelha.
Os cachos molhados se alisam.
São lisas as horas sozinhas
escorregam entre os dedos
feito sabonete molhado. Passam.
As passagens estreitas são vales
que não levam a lugar algum.
O escuro é silêncio.
O silêncio é a porta de entrada
do suspiro profundo.
As camisas, as saias, os mundos,
se diluem no espaço inventado.
Juramento sacramentado:
na próxima vez a porta estará trancada.
20.04.2008 - 02h27min
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Um comentário:
a "auto-intimidade" a que me permito faz-me sentir o quanto me basto.
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