Ansiar é não-morrer
as portas arrancadas dos umbrais
os freios, equilíbrios, vendavais
estremecem nas curvas do tempo
que inexiste, que embriaga a perda
e sustenta a pedra da gruta
da vida, que se esvai por vias tortas.
Os ruídos atrapalham os princípios
e as telhas se desprendem
suporte frágil dos dias de sol.
Assistir é não-sofrer
o desfile das horas impróprias
na provável carne dura.
São cruas as experiências conflitantes
são curvas as excelências dissonantes
são cruéis as insistências difamantes
são minhas
são tuas
as marcas dos pés molhados nos limites
que separam o que fomos
do que haveremos de ser...
19.05.2008
(Este poema fazia parte de um projeto
que foi abortado. Um aborto na folha em branco.
Mancha de sangue. Vida escorrida na escuridão.
Agora é madrugada. 04h06min do dia 06.06.2008
e aconteceu o fato)
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