sexta-feira, 17 de julho de 2009
Limite
Vivo na ponta da faca.
Equilibro as pedras do caminho
pra chutar meus entulhos
e minhas vertentes todas
como se fora música
aos ouvidos de uma chuva
quieta de granizo liso azul.
Maria não sou,
não sou bendita,
nem santa,
às vezes prostituta.
Converso com o fio da espada
e engulo o fel que extraio
de minhas próprias arestas abertas.
Não sou Maria,
bendita não sou,
santa sequer,
prostipura, às vezes.
E se rasgo a roupa da lua
no intento de cumprir meu fado,
estouro os miolos da fibra
que abracei sem medo,
na luta desigual diária
que travo comigo mesma
e que perco, sempre.
Maria bendita santa
prostituta pura, às vezes
outras vezes, nem tanto.
Sempre azul.
17.07.2009 - 14h37min
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