sexta-feira, 17 de julho de 2009

Pacto

Compactuo com as luzes que extraio das pontas dos dedos por detrás da janela fechada que não abri hoje nem sei se vou abrir. Enrolo o cachecol da loucura na ponta doce de uma mentira que me convenceu a permanecer onde eu de fato nunca saí. Corto os pulsos do umbigo e não me desculpo por me saber importante e terminantemente insubstituível. (Todos o somos?) Sei das minhas forças mortas e as portas das celas trancadas amortecidas na cadeira que me acomete de falhas e de cruéis dúvidas escuras. Assumo meus sonhos como quem se diverte co'a desgraça alheia e acometo-me de fantasmas que colaboram com minhas escolhas como quem domina as metas e desenha os finais. Não sei honrar os buracos que arrombam minha estrada perfeita. Não sei alencar poeiras que assombram minha pedra estreita. Não sei assaltar saliências que entortam minha vida aceita. Mas sei o quanto posso, sei o que possuo, tudo o que disfarço. Sei o que encontro e o que perco entre as penas dos discutidos dias passados. Sei desse meu desencanto que aumenta a unidade vazia do meu telhado de vidro trincado que eu insisto em não trocar. Meu pacto é comigo mesma. Egoísta eu minha escolha vida minha. Se não fora assim, assim seria. 17.07.2009 - 15h33min

Nenhum comentário: