sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Arrependimento
Não me arrependo de ir
nem de deixar de ir
nem de ir indo assim, devagar.
Não te culpo por ficar
nem por deixares de ficar
nem por ires ficando assim, de mansinho,
de
vagar.
Não me arrependo de voltar
nem de voltar a ir
nem de ficar, querendo ir
nem de ir, querendo voltar
nem de não olhar pra trás
nem de pra trás jamais deixar de olhar.
Não me arrependo de não me arrepender
do arrependimento que não tive
nem vou ter
inda que eu ande pra trás
inda que, andando, não olhe
inda que, olhando, não volte
inda que, voltando, não queira ficar.
Não me arrependo de falar
o que eu não disse
ou de dizer o que não podes
porque a língua-coragem
é na minha boca que mora
e o peito forte
é no meu pulso que bate.
Não me arrependo de ser eu
nem de ter sido nós
muito menos de voltar a ser eu
porque é em mim que se enraiza
a tortura do que foge ao arrependimento...
28.08.2009 -23h
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2 comentários:
Eu não tenho domínio sobre o arrependimento. Geralmente ele não acontece sozinho. Vem precedido de outros sentimentos mais torturantes que são decepção e fustração. Diria que em mim o arrependimento é uma sequela destes dois, portanto incontrolável. Gostaria imensamente de ter certeza que não me arrependi, mas isso nunca aconteceu, pois se não me arrependi é porque tudo deu certo.
Penso que não é nenhuma vantagem ter o poder de não me arrempender. Dessa forma dificilmente eu teria chance de consertar uma burrada. E isso eu cometo como ninguém..
Beijos..
Esqueci um "r" em frustração. Viste só? Já me arrependi de não ter conferido..
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