segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Desassossego
De todos os imprevistos
o que mais me desassossega
é o que vem do coração.
Do meu coração
essa bomba relógio
que fica tiquetaqueando
sem trégua e sem aviso prévio
do instante exato
em que vai ser tomado
de susto por algum repentino clarão.
Ah...
É quando tudo se ajeita
todos os problemas ficam pequenos
todas as ilusões possíveis
as distâncias transponíveis
os jargões aceitáveis.
É quando todo mal vira cura
toda intenção é saudável
todo invento é bem vindo.
Quando essa bomba relógio
tiquetaqueia mais alto
desfaz as trevas e as tremedeiras
soma raízes e trepadeiras
alumia o dia
a noite
o tudo
o toldo do mundo...
E me desassossega...
03.08.2009 - 15h33min
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Um comentário:
Olá Si, tua poesia remete-me à distância onde não sou capaz de ouvir, nem ver, até alcançar a percepção. É como um desejo latente que ainda não aprendí a dominá-lo, nem tampouco servir-me dele. Mas não posso deixar de reconhecer tua fortaleza como mulher que és. Sucesso e vida longa!
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