terça-feira, 25 de agosto de 2009
TRALHA!
Sugiro uma postura rígida
de cabo de vassoura
e balde de alumínio
nos momentos de decisão 'per capita'.
Por acaso aposto na cabeça do macaco
que delibera leis de correntes
e dita maledicências intraduzíveis
aos ouvidos mais exigentes.
Proponho um ponto de partida
que seja chegada de outro,
que é pra não bater de frente
com a mesmice deliberada,
muito em voga em tempos passados.
Hoje não.
Hoje tenta-se a todo custo ser único.
O único bandido escapado.
O único espertinho escondido.
O único monstro disfarçado.
Todos únicos.
Ninguém igual.
Ninguém de claro olhar.
Nenhum gesto que não deseje algo mais,
além do ato de gratuitamente dar.
Entulho.
Confissão macabra da falha.
Percepção de mudança pra menos.
Que o 'mais' é sonho de poeta.
EU SOU POETA!
Tralha jogada ao borralho.
Lenha de fogueira já virada em cinza.
Pó que ao pó voltou antes de fazer-se gente
antes de fazer-se voz
antes de fazer enluarada noite quente-se.
Tralha perdida nas pedras do caminho
que é de qualquer um
menos de Drummond.
No dele não havia sangue pra ser pisado.
O sangue, no dele, dançava nas veias
dos bendizentes e abençoados observadores
de pedras e pássaros e carvalhos.
Tralha de qualquer pedra,
eu,
poeta,
que insisto em acreditar
no que ainda não vi...
Ainda...
25.08.2009 - 16h
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