quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Quadro

São azuis as evidentes concorrências
e as rimas se sucedem nas canções
que não ouço
por absoluta comoção.
O trânsito impede a ponta da linha
e a agulha arremata o nó
no quartzo do relógio de pêndulo
que dói em mim.
Do outro lado, ninguém.
O eco mudo
o espelho aos cacos
a fechadura atarraxada no brinco.
O status quo questionado
nas ruas escuras e desertas
de um distante sentir.
As legendas não dominam as cenas
e os domingos são outros dias
mais iguais que os seguintes.
As mensagens se acumulam na caixa de Pandora
onde persiste a esperança
ou de onde emergem demônios e dragões
famintos de cinza avermelhada.
Nem choro nem ranger de dentes
só um suspiro quase inaudível
e um lenço branco
esquecido na soleira da janela.
Fecho o arquivo.
Outras pastas aguardam significados...





14.01.2010 - 15h

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