segunda-feira, 26 de abril de 2010

Blues



Já não distingo estações
os espaços se fundem
e o Sul mora no Leste
enquanto Cazuza canta um Blues.

São 3, 4 ou 5 da manhã
e teu nome povoa meus pensamentos
rodopia nos meus cabelos
disseca a filosofia que eu não conheço
(eu, que adoro filosofia!)
enquanto Cazuza brinda com Blues.

Digito poemas que são teus
divirto meus versos que te oferto
divido meus sonhos nas palmas das tuas mãos
deposito minhas ganas na tua pele nua
enquanto Cazuza brinca de Blues.

De pés descalços não vejo espinhos
de religiões, fumaça e aguardente
de sofismas, previdente
enquanto Cazuza inventa Blues.

Transgrido a lei e a ordem
natural seria nem tentar
convenciono uma nova regra
pra ver se cola
enquanto Cazuza chora um Blues.

Meu argumento é uma pedra preciosa
meus dedos têm o mapa da mina
meus partos nascem tuas letras
enquanto Cazuza planta Blues.





26.04.2010 - 03h52min

3 comentários:

Blue Knight disse...

Na fusão dos espaços e dos nossos corpos, nas pentatônicas de um Blues sussurrado de leve ao ouvido...
Nas transgressões propositais e nas afrontas à caretice alheia...
No beijo roubado, num brinde dado no mesmo copo, ou no coração gravado a canivete no tronco de uma árvore...
Em tudo, está meu nome junto ao teu.

Ricardo Kersting disse...

Seis a zero para ti Knigth! já parei de contar..são os desígnios que se cumprem...

Blue Knight disse...

Gracias, amigo menestrel... São mesmo os desígnios.
No interior do escapulário dado como profético presente estava mesmo escrito: DESTINO.