Sou tudo e mais um pouco.
Além do que se pode entender.
Aquém de quem eu gostaria de ser.
Sou prata da casa e
casaca virada no quintal deserto.
Sou esposa e amante.
Sou espinho e razão.
Sou nada e menos um pouco.
Alimento de fera
e ferida exposta de verão.
Sou voz presa na garganta
e garganta seca
pendurada no cabide do dia
inda não nascido
sem a menor previsão.
Sou ponta de iceberg
e oceano revolto
bem no meio de florestas tropicais.
Sou neve e sorvete de uva.
Sou folha de plátano
voejante de amareladas resistências.
Sou o que nunca pensei
penso quem nunca fui
e talvez quem jamais serei.
Sou a repetição da imagem perdida
e a perdição na esquina de luz
que o sol acendeu
depois de ascender a alma
nas conchas das mãos do amor.
Sou eu e ninguém mais além de mim
na caixa que eu chamo de corpo
e que abriga dentro
misturados a tudo o que vivi
minha filha e meu homem
desde antes
e pra muito além
de tudo o que existe
e de tudo o que haverá de ser.
29.05.2010 - 16h
*Da Série SOBRE QUEM SOU
3 comentários:
Guria...gostei bastante deste teu poema, voce sabe, e mais do que sabe, voce gosta de brincar com as palavras, usar jogos com elas, e voce sobe isso para o nível de imagens também, suas palavras brincam com as imagens, gosto muito desta coisa lúdica e bela de tuas poesias, compondo uma mulher que pelamordedeus, é louca, mas ouma louca adorável, Simone Aver.
Bnoite... Td bem? Moderados porque? Pessoas escrevem besteiras por aqui também? Gente... Que absurdo não? enfim, gostei de seu poema, e como diz meu amigo, vc joga com as palavras e lhe dão um sentimento muito especial... parabens e me visite quando tiver um tempo. abs
Tem tanto sobre quem sou aí que tô achando que você não sabe quem é coisa nenhuma.
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