segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Criação

Cachoeira de sentenças, não seguro muito tempo as frases que brotam voluntariamente de mim. Elas me vêm aos borbotões, e não posso contê-las.
Não suporto tamanho volume. Explodo.
Elas vêm, sem nenhuma ordem ou forma estabelecida previamente. Enchem a folha branca. Rasgam a limpa claridade da folha da agenda vazia. Elas vêm.
Têm vida própria, e nenhuma educação. Não pedem licença. Não se despedem. Não têm obrigação.
Selvagens, tomam meu tempo e usufruem das minhas canetas. Nervosamente saltam aos bandos e se agrupam. Mero instrumento d'algum deus maluco, observo. Não sou nada além dessas páginas rabiscadas,
que eu nem sei se são minhas, posto terem sido escritas
tão compulsivamente que sequer permitiram pensar.
Ei-las.
Sacia a fome de desordem da tua vida correta. Eu ainda estarei aqui, canal de letras tresloucadas
que bordam e pintam e desgovernam o que penso ser eu...
04.02.2008 - 14h14min

Nenhum comentário: