segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Somatório

Carrego no peito todos os versos do mundo os que já foram escritos,os que estão por vir. Carrego nos ombros o peso do espaço vazio e na bolsa um sem-número de coisas inúteis. As agendas vivem repletas de palavras soltas que vou juntando pelo caminho que traço passo a passo, insistentemente, na conta dos dias que se somam à arte independente da escrita. Os sustos, coleciono dentro de armários, entulhados de papéis usados e antigos, amarelados pelo tempo, pela falta de manuseio, pelo esquecimento, pela lembrança distante das anotações diversas. Os que vieram, os que passaram, os que ficaram, os sonhos que voaram, reclamando liberdade. As liberdades que voaram, reclamando sonhos. As asas que voaram, reclamando o horizonte. Os cuidados que não me levaram a parte alguma. Os desmoronamentos que não me enterraram. Os abraços que não me prenderam. E as verdades que me pintaram de rosa, cinza ou vermelho. E as verdades, que esfumaçaram meus olhos. E as verdades, que copiaram as lágrimas que derramei. E as verdades que escolho, inda que doloridas, inda que solitárias, inda que duras, inda que irritantemente reais. As verdades que escolho. As falhas, os vínculos, as doçuras, as impropriedades, as aberturas, as farturas, as falsidades, máscaras, relógios, estorvos, salários, solstícios, mãos abertas, mãos espalmadas, mãos machucadas na lida do dia claro. Soma de suspiros... E tu estás aqui.... 04.02.2008 - 14h01min

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