sábado, 12 de abril de 2008
Antes
Se dizes que sim
se ocultas o não
se entras por uma porta
e fechas a outra a chave
pro lado de fora
do lado de dentro, não sei.
Se encontras abrigo
na água do chuveiro quente
e espreguiças o acerto
debaixo do travesseiro
coberto do perfume do cabelo
recém lavado de espuma.
Se espremes a fruta
e dela extrais o sumo
e a cor e a doçura.
Se estás aqui ou não
se estendes ali a mão
se encobres de mim
a pretensa ilusão.
Não sei
não quero saber
não conheço quem sabe
nem espero conhecer.
Quero a pedra a lua a fome
o aço inoxidável e o homem.
Quero a espera a vida a chama
o incômodo o estrado e a cama.
Quero a impaciência e a coragem
a leitura a sentença a vadiagem.
Não quero nada além do que me valha:
valha-me Deus! Que me venha a vaia
e que a gaia me receba de
braços abertos pra que eu beba
da fonte da raiz eterna.
Que eu seja dele
antes que entardeça...
12.04.2008 - 02h33min
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Um comentário:
Que há momentos em que explicações, verbalizações, declarações, opiniões são desnecessárias diante da imprescindibilidade de satisfazer os instintos, é fato.
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