domingo, 11 de maio de 2008

Insônia

Às vezes, a gente esquece da hora, o sono esquece da gente e a noite também. Então se pode medir um tempo que não existe ou que até existe, mas o relógio não tem. É o prazer da palavra leve e bem dita sem preocupação de horário ou da labuta diária, sem o stress cotidiano que altera qualquer plano e deixa os viventes meio reféns de si mesmos entre os implacáveis ponteiros que gritam: "É tarde!". O coelho, de Alice, que o diga! O silêncio da noite insone é bem-vindo. Faz a lua flutuar em pensamentos desordenados, mas, quem quer ordem, em plena madrugada? Quero mais é navegar no sono alheio conversar com quartos, quintos, terceiros, enxergar muito além do que me permitem os travesseiros. Quero mais é abrir as portas da noite e embriagar meus sonhos de estrelas cantantes. Quero o descompromisso do sereno frio que gela os ossos mas não alcança a alma, essa, enrolada em seu cobertor de carinho. Quero a impassividade de quem sabe onde quer chegar e o ouvido atento, os olhos bem abertos e os passos contados, pra não errar. De novo, não. 11.05.2008 - 03h27min

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