domingo, 11 de maio de 2008

Luzes e mitos


Somos mitos.
Somos mentes.
Somos muitos.
Somos mentiras impertinentes.
Somos desconcertos permanentes.
Ambulantes e desafinadas canções
que ninguém consegue entoar em coro.
Somos sementes.
Descabelados, perambulamos exaustos
e desavisados entre outros iguais
que tateiam a esperança da reviravolta
mas não voltam nem reviram
nem revoltam a aliança.
Somos semelhantes às estrelas
aos rebentos que não nasceram
por absoluta falta de tempo ou de memória.
Somos restos de luzes ovais
que se espatifaram no cosmos
e resultaram em nós.
Somos tudo e nada cotidianamente
e não nos damos conta das carruagens de fogo
que nos atravessam as têmporas e os caminhos.
Somos cegos e errantes, tentando acertar.
Estamos sós.





11.05.2008 - 17h09min

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