quinta-feira, 29 de maio de 2008

Vingança

Minha vingança é a poesia. Vingo-me da desesperança, vingo-me do enternecimento que me toma sempre que há de ti nas ruas, nos cheiros, nos sabores que adivinho nos meus sentidos como premonição provocada por um outro, que não conheço. E escrevo. Rasgo a folha, rasgo a vida, rasgo a roupa que me cobre as entranhas passionais. Fervem-me as veias e as velhas perguntas sondam minhas cicatrizes como se não bastassem os corvos, as diretrizes e os curiosos, que fuçam meus rastros e querem e precisam e clamam pra ser um tantinho de mim. Ou ter. Ou roubar. Ou invadir. Ou tomar. Ou ignorar. Ou... O lápis corre sozinho sobre as linhas escurecidas da agenda "milenar". São milhares de confissões veladas e lidas como literais. São pombas, são gravetos, são escadas soltas nos quintais da vida. Dessa mesma vida que dividimos nos segundos em que os mortais parecem mortos em seus berços. (Esplêndidos?) Dessa mesma vida de que tenho sede e que cedo a vez todo dia em que só o que quero são teus olhos postos sobre mim. Aos 53 minutos do dia 29.05.2008

Um comentário:

Anônimo disse...

Do ódio à vingança passamos pelo desatino da imaginação do que seja falso ou verdadeiro. Corre-se o risco de não mais ser possível separar a criatura do Criador. Sucesso guria! Ter ou Dar estão muito próximos.