São nuvens de poeira
nos olhos da vida
cegueiras impostas
pretensiosas medidas
escândalos sucessivos
e guerras enormes.
Pra que?
Se a ferida não sangra
e se o sangue infectado
não oprime?
Pra que?
Se o passado desmente a cobrança
e o maldito cava buracos
na penumbra das angústias
que permeiam as bordas
dos pratos de sopa vazios
de instintos e de consciência
de uma raça em vias de extinção.
Pra que?
Se os humores são turvos
se os amores são passageiros
se as crianças estão expostas
se os velhos vivem de joelhos?
Pra que?
21.03.2009 - 20h09min
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