quinta-feira, 29 de abril de 2010

Trago areia em minhas mãos...

... qual ampulheta,
que perde num ínfimo vão
o minúsculo grão,
assim eu perco meus minutos
plantando sementes de mel e paciência
num tempo que não é o meu
mas que eu finjo ser.
Um dia branco
é quase dicionário vazio
aberto
na pequena âmbula
sem óleo
sem olhos
sem sinônimo algum.







29.04.2010 - 23h07min

2 comentários:

Lucinda disse...

Parece às vezes que eu também tenho areia nas mãos. Escorrega tudo pelo meio dos dedos, até que fique só poeirinha, que não serve pra nada. Estou me referindo a tudo na minha vida. Perco demais. Você também?

Marcelinho disse...

Um dia branco
é quase dicionário vazio
aberto
na pequena âmbula
sem óleo
sem olhos
sem sinônimo algum.


Dias brancos e dicionários vazios, âmbulas sem óleo, tudo muito triste, faltando alguma coisa. Perfeita forma de dizer, poeta!