quinta-feira, 29 de abril de 2010

Valor

Sofro meus passos
como se principiante fora
na matéria e no Cosmos
feito inconsequente literata
que trata mais de delírios
que de versos crus e raros.
Sofro meus atos
como se participante fora
d'algo grandioso e único
feito incidente de pleonasmo
feito diferença na multidão.
Sofro meus fatos
como se aceitante fora
na linha da vida riscada
feito faca translúcida
na palma de minha mão direita.

Sofro minhas esquerdas.
E pago o preço.
Alto.
Sem arrependimentos ou afins.
Pago.






29.04.2010 - 23h23min

3 comentários:

Ricardo Kersting disse...

Sejamos realistas, (mais do que o rei), consegues te enxergar sem essa roupagem? Não que serias Simone Aver sem ela.. Como disse George Harrison, " não podemos ser mais nada além de Beatles e com sucesso"
Bom fim de semana
Abração

Anônimo disse...

Estava procurando partes do livro do Ferreira Gullar, Toda Poesia de Ferreira Gullar, quando o Google me deu o endereço do teu blog. Que sorte a minha! Esqueci o Ferreira, e gastei o resto do meu tempo lendo Toda Poesia de Simone Aver. Voltarei aqui, esteja certa disso.

Com admiração,

Vinícius, o Gaúcho

Simone Toda Poesia disse...

Vinícius

O título do blog é justamente uma homenagem ao Ferreira Gullar...rs... Eu tenho esse livro, e, embora o considere muito naturalista, gosto dele...rs...

Saudações poéticas!