sexta-feira, 14 de maio de 2010

In saecula saeculorum

Insana insônia
me acomete de medos
e de frases soltas
gaguejantes procuras
por pontos de luz
na noite escura.
Insônia errante
vagueando pelos ladrilhos
de uma estrada sem volta
sem curvas
sem distâncias.
Insensata ânsia
de malignos desígnios
e cercas de arame farpado
comme il faut
aos mortais exaustos
de tanto viver.
Insondável insônia
que atravessa meus séculos
e meus tremores,
perpassa meus ossos
e alcança a linha
desse horizonte que é só meu;
eu,
solitária sobrevivente
à morte diária
que a manhã ressuscita.







14.05.2010 - 16h

2 comentários:

Marcello disse...

UI! Você anda febril, garota!
Me par de veder você, parando no meio do caminho, lá pra onde vai o seu destino no momento, com caneta em punho e bloquinho na mão, escrevendo freneticamente (você ainda faz isso?).
Não sei como você consegue, mas considero essa uma das muitas coisas lindas em você, esse fervor, essa fonte inesgotável de poesia que verte de você.
Tenho certeza (e você sabe que não tenho muitas outras certezas na vida) de que o título do seu blog escolheu você, não você a ele.

Que bom voltar a acompanhar o cuidado que você tem com seu jardim de poesias.

Toneladas de longos abraços pra você.


Cello

Simone Toda Poesia disse...

kkkkkkk
E não é que continuo igualzinha, Cello?kkkkk... Eu e minhas intermináveis paradas no meio do caminho, não por causa das pedras que se me atravancam os passos, nos passeios entre Drummond e Quintana, mas pelas folhas e tintas que precisam de mim pra "dizer" das coisas que nem eu mesma sei...rs...

Obrigada, querido amigo.

Beijos mil.