E se alguma poetagem nova
me trouxe ao mundo desvirtuado
de tranças e sancas de lâmpadas verdes,
se algum pesadelo perdido
enrolou-se nos galhos da vida
de tantos solstícios amanhecida,
se algum pretexto eu tive
de longa efemeridade amanteigada
nas minhas próprias contradições absolutas,
se alaúdes me dançam
e perpetuam minhas sombras
nas madrugadas macias
de fantásticas conversas tantas
pautadas em descarriladas promessas
de aldeões mudos e tesos,
é que me sobram horas
de desenfreada criação
do que desiste de estar
na existência paralela
dessas minhas juntas
é que me doem os dedos
no grito por despejar d'alma
verbais artelhos
é que me assombram atavios
de vírgulas, agulhas e exclamações
que não diriam d'outros feitos
não fossem os meus olhos
secos de fantasmas
curtos de avisos
fartos
de expressão mútua.
14.01.11 - 19h32min
Um comentário:
Muito bom!
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