sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ininterrupto

Componho canções abstratas
do que suponho indispensável
aos dizeres das grutas
fechadas para balanço
nos fins de semana
das primeiras impressões
largadas nas calçadas encardidas
dos caminhos mil vezes trilhados
e outras mil abatidos
por fendas e decotes desconhecidos.

Aliso as madeixas
remexo nos bolsos vazios
procurando moedas de papel
e bilhetes rasgados de tempos idos.

Nada resta além da dedicatória
escrita às pressas
depois da exigência
depois de ontem
quando as esperanças foram outras
e os futuros se sabiam
obsoletos.

Ainda assim...


... a vida segue...



14.01.11 - 21h33min

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