sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Montanha russa

O aderir das caldeiras
informa canções de outrora
embebidas de imaculadas autorias
mensagens urgentes de reflexos

que a gente não sabia
nem poderia saber.

Os armazéns guardam relíquias
de lembranças compradas com sangue
e susto amanhecido
pórticos de estrelas
e pontos estratégicos que não se leem
nem se transcrevem, deveras.

Para além dos mundos conhecidos
situamos insuficientes declarações
adivinhamos pedaços de segundos

que a gente não sabia
nem poderia saber.

Solto o cabresto
a queda é suspeita de crime
não-concluso.
A arma branca mora na língua

que a gente não sabia
nem poderia saber.

Mas dissemos
em alto e bom som
alardeamos a promiscuidade
de nossos sonhos
subimos ao alto dos morros mais altos
pra vertiginosamente
descer

e a gente não vivia
nem poderia morrer...





14.01.11 - 17h32min

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei!