sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Oráculo

O dicionário planta a ideia do novo espaço
trancafia os vocábulos mancos
nas páginas fechadas
da tua boca macia.

A barba por fazer
dos versos quebrados
no começo do que não houve
devido à geografia
planta um sabor de anis
aos irregulares plurais exatos
do que não dispomos
em monossilábicas vozes.

Aberta a porta da cozinha
tocam-se as pronúncias fechadas
das vogais repetidas por sopros
e difíceis conjugações carnais.

Somos verbos ambulantes
sintomas de símbolos errantes
sinetes de locuções adverbiais.

Nossos resumos nos prendem ao mesmo.

Nossos tremores nos consultam
e não facilitam as trocas
ao contrário
reforçam as fechaduras
disfarçam os deslizes
e permanecem nos sempre grupos.

Os roteiros em que nossos passos desligam
os casuais tropeços que nos causam giros
de mais de trezentos e sessenta graus
separam o que chamamos de correntes
do que queremos dos tórridos experimentos
que nos cercam
sem sossego nos dar.

A safra d'outro delírio
aguarda a colheita...



14.01.11 - 16h43min 


3 comentários:

Sphartacus disse...

Lindo tudo que vc faz.. adoro e amo ter te conhecido.. pelo menos o sl serviu pra alguma coisa.. beijos minha linda

Simone Toda Poesia disse...

Ora, meu lindo Sphartacus, serás para sempre o amor da vida de Poesy...rsrs...
Quanto à Simone, sabes que terás, eternamente, um lugar de honra nos meus espaços.
Obrigada por leres os versos dessa "velha coroca"...ahahahahah....

Te adoro também, mocinho...rs

Milhões de beijos.

Anônimo disse...

Adorei, esse foi bem... bem tesão! =]